quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A "Indústria" (ou escola) do Parecer


Será que realmente a "indústria" da beleza ou a "indústria" da moda realmente são as indústrias mais valorizadas em uma sociedade de consumo? Provavelmente. Mas apenas se essa sociedade permita que o "ter" seja acessível a todos. E se isso não acontecer?

Bem, é exatamente aí que cresce a escola, e futura indústria, do parecer. Não sei se pela falta de condições para o ter ou simplesmente a necessidade de uma imagem. A escola do parecer é quando até o ter se torna superfícial. É o lado mais razo e mesquinho que a humanidade poderia chegar. Nem sequer adianta o "ter". Além de ter, temos que mostrar que temos. E os que não tem, têm que parecer ter e mostrar que tem. E também não é necessário "ser", apenas parecer ser. Compra-se o parecer; funciona como a bijoteria do "ter". E que leva, de brinde a camisa, a ser vestida, do "ser". Basta parecer ser rico, parecer ser hippie, parecer ser metaleiro, parecer ser clubber, parecer amar, parecer ser amado, parecer ter amigos. Basta parecer ser alguém ou algo. E assim, nos poupamos do árduo trabalho de, de fato, nos tornarmos algo. Podemos ser tudo, como uma simples ato de trocar de roupa, hoje, troca-se de faces, de ideologias, de identidades e até mesmo de aparência. "Skins" e "temas" para a vida real.

A sociedade da imagem se torna cega. A indústria do parecer, passa de posição relevante para posição dominante. Uma nova era, com novos conceitos (ou a completa ausência ou presança de todos os conceitos). Difícil retardar o processo; mais difícil aceitá-lo.

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