quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sentimental Racional

Algumas pessoas me vêem como sentimentalista. As vezes até eu me engano e me vejo como um. Mas, no fundo, estou longe disso. Praticamente um racionalista. Ou apenas sei jogar muito mais rápido no lixo, algumas coisas que pessas remoem por mêses ou anos. Sei esquecer. É tão fácil. Ou melhor, sei me convecer.

Já chorei por amor, admito. Nunca chorei em um entrerro. Não chorei quando dez, dentre vinte, foram demitidos da empresa. Sarcástico, mas tive que conter um sorrizo quando avisaram que teria demissões, mesmo sabendo que eu poderia estar na lista. Tipica situação cômico-trágica do mais clássico humor negro.

Nunca chorei vendo filmes. Nem mesmo os de histórias reais. Não chorei inúmeras vezes que deveria chorar. Analisei. Senti que quase, por obrigação, deveria chorar. Mas não... analisei. E depois de analisar, me convenci.

Analisei quando desisti de lutar por um sentimento. Tracei os custos e os benefícios. Era mais “leve” desistir. Era mais livre. Como diz Ana Carolina: “se eu ganhar, sou só eu que ganho”, mesmo sabendo dos riscos ditos por Kundera sobre “a insustentável leveza do ser”. Insustentável? Talvez. Mas no máximo, teria que lidar com algumas consequencias.

As vezes escrevo coisas sentimentais que até irritam algumas pessoas. Mas rio de como o sentimentalismo as irrita. Mas se irrita, é porque sentem. Fazem rir, aqueles analisam e vêem o quão piegas é o sentimental humano. O quão amador é o ser humano no sentido emocional. Me limito a lidar com aquilo que conheço. Procuro analisar o que não conheço. Amor, ainda não vivi de fato. Evito. Observo de longe e, as vezes, assumo um “eu poético” só para experimentar. Um dia posso precisar. E mais: manifestar um “eu” sentimental, não significa sê-lo. Pense nisso.

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